Debates

Dia 17 de fevereiro (quinta-feira)

17h - Debate Online da Sessão Brisa Urbana

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

A sessão Brisa Urbana promete terror, desconforto e denuncia, com roteiros mirabolantes e totalmente factíveis diante dos dias surreais vividos no nosso cotidiano.
Até que ponto a realidade fica tão utópica quanto o cinema? Ímã de geladeira, Cidade sempre nova, Heróica Dreams e Via Láctea trazem a narrativa do fragmento, afrourbana, o corpo negro em protagonismo e enfrentamento entre o real e a ficção.

Mediação de Rosa Miranda

A primeira mulher negra formada em licenciatura em Cinema e Audiovisual do mundo. Mestra do Programa de Pós-Graduação de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense. Como cineasta roteirizou, dirigiu e produziu mais de 18 produções cinematográficas, além de produzir diversos eventos culturais ligados a promoção da sétima arte negra como: palestras, debates, mesas, cursos de formação, oficinas de cinema negro em diversos estados do Brasil e em Portugal. Como arte-educadora atua desde 2012 tendo ampla experiência com o público em geral. Premiada com  curta-metragem "Lua" com melhor documentário 2018 no Festival EngeCine UFF. Atualmente faz curadoria em cineclubes, mostras e eventos de cinema; foi curadora de eventos como: 48º Festival de Gramado, Festival do Rio 2021, 15º Visões Periféricas e júri de outros eventos como: III Griot - Mostra de Cinema Negro de Curitiba e IV Mostra Competitiva de Cinema Negro Feminino Adélia Sampaio.

Dia 18 de fevereiro (sexta-feira)

14h - Debate Online da Sessão Labuta

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

Tempo e trabalho. Quem detém o controle do tempo, dita o ritmo do trabalho e tem o controle de toda sociedade. Essa sessão de debate traz a questão do tempo, a vida, que se esvai e que é consumido pela exploração da força de trabalho, da reproduçào social cotidiana, daqueles cujos fazeres são a base da riqueza de uma sociedade capitalista mas que não usufruem dela. Os cinco filmes que compõem o debate são Interiores, de Matheus Bizarrias, toca em temas sensíveis como racismo, exploração do trabalho infantil, auto-ódio. O Vendedor de Frutas, de Ricardo Sena faz pensar sobre o desfrutar do produto do seu trabalho e como isso se contrasta quando a maioria vive para trabalhar e pagar contas. Mestres do Beiju, de Luís Saraiva, vai tocar no contraste entre os fazeres tradicionais, os ofícios artesanais e sua sobrevivência no mundo contemporâneo a partir da produção artesanal do Beiju, iguaria tradicional do Pará, acompanhando toda a sua cadeia produtiva. Sem Registro, de Vivian Oliveira, é um filme sensível, sobre imagem, imaginário, imaginação num mundo em que somos produtores de imagens e, ao mesmo, produto delas. Trabalho é Campo de Guerra, de Pedro Carcereri estabelece uma intensa e interessante narrativa anagógica e oferece uma análise e uma provocação sobre a coisificação do humano e da vida humana, dessa força de trabalho que é desumanizada em prol de uma parte que tem a sua humanidade reafirmada pela capacidade de consumir.

Mediação de Débora Martins

Historiadora Doutoranda, mestre e graduada em História Social pelo Programa de PósGraduação da Universidade Federal Fluminense, desenvolve pesquisas com imagens e com ênfase nos estudos do espaço e a temática do trabalho. É membro da diretoria da APG UFF Marielle Franco, na pasta de divulgação científica. Foi contemplada com o Prêmio Vasconcellos Torres/CNPa diq, pelo projeto PIBIC Narrativa e Espaço nos Vitrais da Catedral de Chartres. Compõe a diretoria da APG UFF, na coordenação de divulgação científica. Criou a Oficina da História, projeto de divulgação científica e produção de conteúdo audiovisual e textual na área de história e lança esse ano na plataforma Netflix o documentário Caminhos da História e Memória da cidade de Niterói.

Dia 19 de fevereiro (sábado)

17h - Debate Online da Sessão Fabulação no Real

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

No Brasil contemporâneo, o único mito possível é o da liberdade e democracia racial, de gênero e de classe. Na produção inventiva da complexa máquina de sentidos. o cinema opera sobre o desmascaramento dessa democracia burguesa, pontuando o centro como espaço de privilégios e a margem como potência e resistência, deixando assim um caminho imprescindível para as expressões das subjetividades arraigadas de desejos políticos. A fabulação aqui atua enquanto um recurso de criação de mundos que modela os planos da realidade a partir de sujeitas e sujeitos dotadas/dotados de demandas postuladas nos fluxos consequentes das violências subalternizantes. Sendo assim, nesta sessão, através dos olhares modulantes dos indivíduos, coletivos e suas memórias, é possível ser afetado pela deglutição das dores como expressão das lutas.

Mediação de Márcio Paixão

Um viado periférico gerado pelas políticas públicas e ações afirmativas que ocupa espaços do centro sem ser herdeiro. Editor de vídeos (Sepe Lagos), Doutorando em Antropologia Cultural (UFRJ), graduando em Cinema e Audiovisual (UFF), mestre em Sociologia e Antropologia (UFRJ), bacharel/licenciado em Ciências Sociais (UFF). Dirigiu e roteirizou os curtas documentário É a minha voz que você tem que ouvir (2018), O Rui Resiste! (2017), Uma Terra de Todos (2017) e 16m2 (2014). Atualmente está em fase de pré-produção do curta documentário "Sou Point 44 amor, um arco íris-multicor", sobre uma das primeiras escolas de samba LGBTQIA+ do país.

19h - Debate Online da Sessão Dos Abraços

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

“Abri janela só pra ver você entrar nos meus olhos”, assim inicia a canção “Não Lugar” da cantora e compositora Ellen Oléria, para lembrar que “Quem parte é quem fica” e   que na partida o abraço é que acalenta e une corações. “O debate dos Abraços” reúne os curtas metragens: “Aluá”, “A última valsa”, “Ausência”, “Eu te amo é no sol”, “Quintal verde” e “Te encontro em sonho”.  Esses curtas falam da partida, mas sobretudo para demarcam o lugar dos afetos e das ternuras, de memórias e elos que são eternos.

Mediação de Edileuza Penha de Souza

Professora, Documentarista e Pesquisadora. Pós doutora em Comunicação e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), com estágio doutoral e atuação na Cátedra de Documentário na Escuela Internacional de Cine y TV  (EICTV), de San Antonio de los Banõs/Cuba. É idealizadora e organizadora da Mostra Competitiva de Cinema Negro – Adelia Sampaio. Atuou na curadoria e no júri de mostras e festivais nacionais e internacionais, como o Festival de Cinema de Brasília e o 2º Los Angeles Internacional Music Video Festival. Seu último curta-metragem, “Filhas de Lavadeiras” (2020) recebeu em 2021  diversos  prêmios, dentre eles o melhor curta metragem do   Festival  É Tudo Verdade e o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, melhor curta documentário.

Dia 21 de fevereiro (segunda-feira)

15h Debate Online da Sessão Sagrado e profano

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

"O que está em jogo quando temas como gênero e religião se encontram? Os quatro filmes da sessão propõem olhares múltiplos, com densidade, nos levando a percorrer caminhos inusitados. A sessão é um convite a reflexão das formas populares e sofisticadas de enxergar a realidade"

Mediação de Rosiane Yalorixá

Bolsista de Pós-doutorado do NEPEAC/UFF. Doutora e Mestra em Antropologia (PPGA/UFF), graduada em Jornalismo. Possui pós-graduação em Educação para as Relações Étnico-raciais (CEFET/RJ) e Especialização em Altos Estudos do Holocausto (Museu Yad Vashen / Israel)

17h - Debate Online da Sessão Corporeidade no mundo

Transmissão ao vivo pelo Youtube, Facebook e site do Festival.

De bicicleta, de skate, em pracinhas de skate, palcos ou becos, sempre com o próprio corpo, esta sessão se depara e discute com os corpos em movimento de quatro curtas que mostram a intensidade da produção audiovisual das periferias do Rio de Janeiro. Envolvendo temáticas diversas, somos levados por uma das mais belas aberturas de filme do cinema brasileiro em “Lina”. Nele uma mulher negra idosa reluz sobre as águas de um lago que se forma abaixo de uma cachoeira. (Átila Bee, como ator em “Joãosinho da Goméa” e agora como produtor de “Lina”, acumula o feito de participar das duas mais bonitas aberturas de filme dos últimos anos). Resultado direto das políticas públicas em cinema na Baixada, Melise Fremiot, a diretora do filme, teve sua formação na “Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu”, de onde também saíram cineastas como Yasmin Thainá e Milena Manfredini. “Lina” trata do afeto entre mulheres de uma mesma família que se encontram e se movimentam na música. Música também é central para a dança de “O corpo que fala”, dirigido por Riacho. Num de seus trechos, um dos dançarinos lembra que, muitas vezes, “ninguém olha para a dança, olha para o corpo”, e como o movimento que serviria para libertar, acaba sendo reduzido à objetificação. “O Cineminha do Beco”, dirigido por Renato Oliveira, é um dos mais cativantes filmes desta temporada do Visões. Nos levando pelos Becos da Maré e de Ramos, Bhega, nos lembra que na incansável reprodutibilidade técnica da arte, ainda há aura. “Ladeira não é rampa” é um filme incrível de Belford Roxo. “Um filme de todos os envolvidos”: Tety, Xuxu, Vento, Lilo, Lukemon, Gio, Sandro Garcia, Antônio e Negorei são os envolvidos neste filme radicalmente baixadiano, que lembra muito a dissertação de Rafaela Goltara: “Ribeirão das Trevas: O skate dando um ollie sobre as narrativas dominantes sobre Ribeirão das Neves/ MG”. Rafaela sempre compara Ribeirão à Belford Roxo e agora fica evidente o porquê. Porque em Belford Roxo, apenas o ollie dos cineclubistas, da Donana, dos skatistas e dos cineastas é capaz de criar novas possibilidades narrativas e de interação com a cidade. Por isso, nesta sessão, as pessoas e seus corpos na cidade, serão os protagonistas do nosso debate.

Mediação de Janaína Damasceno

Janaina Damaceno é professora da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Uerj e do PPCULT/ UFF.